quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ODE À IDA AO ID

 
Vexilla regis prodeunt inferni
                                     cf. Dante

 
Hás
      de
          ir
            ao
                Id 

Hás
    de
        ir
          ao
              Hades
Hás
    de
       apegar
           -te a
       toda e qualquer
             merda
                      neste
             mar de
 
Hás de enfrentar
                  a nado
                       o nada
para enfim dar
                   a Lugarnenhum

Hás de ir ao Id,
hás de ir ao Hades,
apesar de Cérbero
a tudo atento
com seus mil ouvidos
e olhos cibernéticos,
apesar de toda a
hiperinfernália
de ritmos pânicos,
sabores e odores
e cores e sons
alucifeéricos
do Leviatan.

Hás de ir ao Id,
hás de ir ao Hades,
derrotar Satan
e as potestades.
CALIBRE 24
O coração na boca, as pernas trêmulas 
e o cuzinho na mão, piso o batente.
Que nem, moela, o meu vulnerável
à flor de mim exposto, isca de cães.
Não obstante,
acredito piamente no homem, sério!,
mas êta racinha à toa, ordinária!
Todo cuidado é pouco, nunca esqueço
das palavras no coldre e a língua no gatilho.